Monday, October 13, 2008

vivencia

Viver por um motivo...pelo amor aos progenitores que com a nossa ausência sentiriam uma perca de morte do tamanho de uma vida (o mesmo que nós por eles)...pelo sentido social de uma continuidade de um projecto de vida...pelas diversas experiências e sensações que nos vão criando expectativas ou necessidades...pela procura. Procura que tem o cerne na necessidade, no anseio, na expectativa. Desregulado ou equilibrado, sempre senti a procura como algo mais forte que o resto das sensações...suscita-me a curiosidade da morte e por tudo o que não é conhecido e que gostava realmente de conhecer. Gostava de saber mais de mim, mais de tudo e para além de tudo o porquê. Pode ser uma simples estrutura mental que origina este anseio e no final não passo de um simples pedaço existencial que não significa nada num universo do qual não imagino a imensidão real. Importante ou não nesta existencia, sendo ou não resultado de um processo mental/fisico, continuo a acreditar na sua independencia e importancia para a minha, única, vivencia. Alimento a minha continuidade na cena social com os meus alicerces sobre este sentimento e é nele que tento compreender e desenvolver a minha vivencia, dia após dia. Até morrer ei-de continuar assim, esperando ou tentando alcançar respostas, que na realidade não existem. Viver na criação e imaginação da mente, refugiando-me na parte negra em dias menos bons e na zona clara em dias bons...brincando com o monotonismo do jogo mental, vivendo de uma forma sonambola como um boneco com pilhas que se mantem a fazer os mesmos gestos até acabarem as pilhas. A sensatez diz-me que o melhor deixar a vida correr e seguir o caminho normal (por muito que tenha mudanças radicais) de uma vivencia, e viver até naturalmente morrer...a curiosidade é um sentimento egoista quando se tem que assumir a responsabilidade de viver, por isso apesar de o respeito ser algo ilusório numa vivencia de imaginações deve-se assegurar a devida importância.

Tuesday, November 13, 2007

Liberdade?

Onde não existe querência há engano, ilusão sensorial e sensação de incapacidade. Como que a necessidade de compreensão fosse essencial a toda a manifesta intenção de viver. Viver a liberdade mental, o livre e espontâneo pensamento é algo que me surge como miragem, sem possibilidade de alcançar, impossível de mais para ser imaginado. A prisão dos processos mentais estabelecidos incapacita e torna incompreendido qualquer esforço no sentido da fuga.

Monday, November 5, 2007

Para quê ser isto ou aquilo...

Apesar de efectuar sempre um esforço de compreensão da realidade, as minhas vivências nem sempre me deixam fugir aos sentimentos.

Estou num momento em que estou a sentir isso. Os sentimentos estão a conseguir dominar a minha razão e de sorrateiramente vão pautando a minha condição emocional. Sinto-me só e triste. Não exageradamente, mas o suficiente para me deixar a pensar nisto. Penso e sinto, aponto algumas causas e formulo soluções, mas não sinto força para mudar.

Sempre fui assim, mas quero mudar. Não descobri ainda como o fazer e penso sempre nas incapacidades antes de esquematizar um plano… Não me apetece fazer nada para mudar, não me apetece sofrer as consequências e também não me apetece sentir o que sinto. Não sei o que fazer, mas faço sempre o mesmo, nada. Continuo o mesmo e sinto o mesmo. Interiorizo e cimento estes mecanismos, construo-me na impotência de mudar e torno-me em nada daquilo que desejo. Sou apenas….não sou nem aquilo nem aqueloutro, sou nada. Nada de jeito. Pareço um boneco que não se mexe e nunca é utilizado. Sou especial? Sou único? Sim, sou eu e todos…nisso sinto-me igual, já no resto sinto-me sempre inferior, apesar de reconhecer algumas qualidades e gostar de as possuir. Sempre inferior mas sempre na mesma, como que não existisse nada nesta vida que me fizesse mudar o sentimento que tenho por ela, nem que uma catástrofe ocorresse. Parece que a catástrofe já ocorreu dentro da minha cabeça por não viver, simplesmente estar…mas estar a fazer o quê? O que faço eu no meu dia á dia? Finjo ou sou? Sou e o quê? Ninguém sabe e eu também não…mas será que é necessário fazer sentido, será isso importante, ou é mas importante eu tornar-me num engatatão? Tornar-me feliz com outra pessoa e viver para o sentimento que isso me poderá proporcionar? Isso é ser feliz e consequentemente viver? Não será isso apenas mais uma estimulação mental que me leva á criação de “compreensões” mentais e que me proporcionam raciocínios agradáveis. Não sei, mas também não me interessa, mais vale a pena não pensar nisso agora porque tenho que me despreocupar novamente para ir dormir e simplesmente ignorar tudo o que senti antes de me deitar.

Gostava de ser....

Gostava de possuir um carácter forte e apresentar-me sempre com uma atitude confiante em relação a tudo. Nunca recear ou pensar que “não vou conseguir” ou formular mil e uma hipóteses de fracasso. Gostava não sentir fisicamente a ansiedade e os bloqueios que ela impõe no dia á dia e nas relações, a hiperactividade mental que apenas leva ao receio e ao tumulto e que não sabe o que é a paz e equilíbrio. Poder encarar tudo e todos com plena avontade e alegria, dispor de toda a liberdade mental para me “mostrar”. Conseguir tornar-me num ser sociável, sempre disposto a uma bela conversa e a conhecer mais uma pessoa nova, seja qual for o seu sexo ou idade. Libertar-me de sensações físicas que me fazem prender ao meu mundo interior, à minha solidão social, ao meu universo isolado. Gostava de o ser, de o sentir e de viver…

Sunday, April 29, 2007

Faz-me alguma confusão pensar que não tenho grandes certezas acerca de tudo o que faço no meu quotidiano e no entanto tenho sempre a sensação que as minhas acções vão sendo realizadas sob uma base bastante querente e concreta. Quando penso nisso apercebo-me da quão dormente vida que levo, mas ao mesmo tempo sinto uma certa incapacidade de pensar que será possível contrariar esta forma de agir e fico com a sensação de que serei sempre uma espécie de imitador que tem sonhos com a realidade. Acredito que um facto preponderante é o de ter desde cedo uma aprendizagem baseada em imitação e com imitadores, o que não responsabiliza ninguém mas apenas demonstra o carácter natural de um encadeamento. Creio que até aqui não há novidade, mas qual será a forma de contrariar isto? Depois de pensar um pouco e trincar umas unhas, penteio o cabelo de forma a estimular todo o meu crânio tentando descongestionar tudo o que pensei até agora e chego à irritante (porque me faz sentir limitado) conclusão que não existe forma de contrariar a forma, ou seja, posso ter frio, ter menos um braço, não ter uma parte do cérebro, ser psicótico e no entanto o processo de acção ser originado pelo mesmo inúmero e minucioso emaranhado de interacções físico-psiquicas que culminam sempre na mesma região cerebral, a qual não nos libertamos por inerência…pensamentos.

Friday, April 27, 2007

Ás vezes pergunto-me se alguém me conhece ou guarda alguma recordação visual de mim, mesmo aqueles que me tenham vislumbrado apenas o vulto. Penso que serei desconhecido, se não de todos, de uma grande maioria. Sinto-me só e ao mesmo tempo livre, porque não tenho que ser alguém, libertando o espaço para ser eu.

Ivan Fedoverich

Saturday, April 21, 2007

Realidade discreta ou continua? A realidade das coisas, muitas das vezes, parece finita mesmo levando ao exagero a sua decomposição, no entanto não podemos afirmar que seja evidente a existência de um limite. Parto de um princípio base que para que algo exista é necessário um sustento, de onde deduzo que para um limite existir será necessário um espaço que o permita e em consequência para último o mesmo se verifica. Então mas onde será que acaba este jogo de concatenações? O facto de imaginar esta ideia leva-me a pensar que existe um infinito de sobreposições, as quais não consigo visualizar a todas, o que me leva a afirmar que a realidade poderá depender da minha própria disponibilidade de imaginação e não dos meus sentidos. A partir deste princípio chego à conclusão de que nada do que existe tem limite e que toda a realidade é um contínuo de planos existenciais os quais os meus sentidos apenas alcançam o mais corpóreo não atingindo os níveis profundamente infinitos.